O Protocolo

Fim de semana é um saco. Quero dizer, é sempre assim, quando surge uma proposta boa, seja de viagem, seja de festa, é certo que aparecerá uma outra, tão boa quanto. E pior de tudo, na maioria das vezes não aparece nada de bom e você sempre acaba fazendo programas chatos, gastando muito e comendo algo ou alguém estragado.
Outro dia mesmo meu grande amigo Fernando, judeu do tipo sinagoga, também alviverde, me chamou para ir ao Rio, ver o jogo do Palestra no Maracanã. Programão. Até passagens aéreas super baratas nos saltaram aos olhos. Mas era pegadinha do Mallandro. Varig. Quando a mulher da companhia me ligou perguntando sobre o interesse, perguntei se no preço já estavam inclusos os malabares, o nariz vermelho de palhaço e a torta de chantilly. Vê se pode.
Foi então que meu outro amigo, Nizar, que é sírio, me ligou me chamando pra ir pra praia. Uma viagem não tão empolgante como a do Maraca, mas bem mais proporcional ao salário de redator. Aí surgiu a dúvida: ir com o Fê, meu amigo judeu pro Rio ou com Nizar, meu amigo sírio, para a praia? E por dias assim seguiu-se, ambos me enchendo o saco por uma resposta. Por fim, decidi-me. Fiquei em casa. Liguei para os dois e disse que meu nome não era ONU, e muito menos minha linha telefônica a Faixa de Gaza. Tenha dó.